Acabo de sair da Chapelle de la Medaille Miraculeuse – Capela da Medalhe Milagrosa.
Minha mãe sempre me pediu para que fosse visita-la. Um dos lugares que deixei pra depois…
E finalmente lá. Achei que iria fotogrfar bastante, mas o clima dentro da capela era outro. Não era um mero ponto turistico. As pessoas que estavam lá rezavam com fervor, sozinhas ou em pequenos grupos. Havia fé naquele lugar. E havia dor também. Deixe-me envolver pela atmosfera do lugar, fiz o sinal da cruz e comecei a rezar. Mas não estava me convencendo. Ou não estava me bastando. Peguei minha bolsa, pesada com sopa Campbell e livros e mudei para um banco mais próximo do altar. Não tão próximo. No meio da nave*. Sentei mas logo em seguida me desvencilhei das alças da bolsa e me pus de joelhos. À rezar.
Espiritualidade é uma coisa muito curiosa. Há tempos atrás cheguei a pensar que estava totalmente desprovida de tal qualidade. Indas e vindas.
Atendi a uma necessidade – pensei.
Sentada numa brasserie pas de luxe, comendo uma baguete de queijo, sentindo o metro tremer o chão. Antendendo a uma outra necessidade. Sai da capela meio esquisita. Se pudesse dormiria imediatamente. Mas estava cedo e eu precisava fazer mais alguma coisa antes de declarar meu dia como terminado.
Entrei na primeira estação de metro que encontrei e fui em direção a Odeon, perto do trabalho do Paulo.
No caminho ei-la: Saint German des Pres.
Entrei, acendi uma vela, rezei mais um pouco (de onde veio tamanho fervor?!) e assisti um grupo de uns 6 velhinhos rezando em forma de canto. Quis footgrafar, mas a ética ja vinha me privando de algumas boas fotos e por isso só consegui assistir.
Quando terminaram as oraçôes, finalmente comecei a fotografar.
A chuva começava a cair.
Encontrei com Paulo e tomei um chai latte olhando a chuva aumentar pela janela.
* nave = parte central de uma igreja ou catedral.